Conforto a odores
Ligado
á área de higiene da habitação/salubridade, os odores particularmente merecem
atenção especial. O grau de salubridade está diretamente relacionado a
renovação do ar do interior de um ambiente. Podem-se exemplificar alguns casos
clássicos dessas situações, como:
- a
presença de materiais voláteis do tipo tintas, vernizes, adesivos, colas,
todos de odores ativos e perigosamente
nocivos à saúde. Após suas aplicações existe um tempo de espera para que os
materiais (solventes) evaporem ou “sequem” e deixem de emanar os solventes nos
ambientes. Estes deverão ser ventilados e ter todas as suas aberturas
desimpedidas. Para cada um desses materiais existem recomendações dos
fabricantes quanto a estas condições.
-
outro impacto muito comum é a falta de tubulação de ventilação (respiro) para
os esgotos, bem como a colocação de ralos simples (secos) ao invés de
sifonados. Como é sabido, os sifões mantêm uma barreira líquida (fecho
hídrico), que impede do retorno dos odores pela tubulação e pelos ralos contaminando
o ambiente. Cabe aqui um alerta quanto às tampas dos ralos, especialmente em
sanitários públicos. Devem ser cegas e independentes dos ralos simples. Alerta,
pois, quanto aos projetos de instalações hidráulico-sanitárias.
-
infiltrações de água e umidade oriunda do piso, em especial junto a paredes,
especialmente em casas térreas. A questão começa ainda na construção, onde
providências quanto a uma impermeabilização geralmente relegada e feita por
curiosos, vai provocar o aparecimento de tais infiltrações, geralmente
provocando manchas úmidas e mofo. No mínimo, as janelas devem ser abertas e,
dependendo da orientação adotada para a casa, permitir que entre o sol a fim de
combater bafios resultantes de mofo, bolor, ranço visando dispersar os vapores também
em banheiros e cozinhas.
-
Isso, no entanto, são medidas paliativas, visto que aplicar um sistema adequado
de impermeabilização sob uma casa já construída seria muito complexa
tecnicamente e inviável economicamente. Não obstante, ao orientar-se uma casa,
seu projeto deve possibilitar que penetre o sol nos ambientes molhados, visto
que naqueles locais proliferam, fungos, insetos, bactérias, mofo, que sob o
efeito do sol são combatidos.
Iluminação
Quando a iluminação da casa é pensada durante o
projeto, ela ajuda a reduzir a temperatura dos ambientes e pode representar uma
grande economia de energia elétrica. Para isso, alguns aspectos devem ser
considerados. “Dicas” iniciais:
- Todos os cômodos, com exceção de
depósitos e despensas, devem possuir pelo menos uma abertura para iluminação
natural.
- Priorizar as aberturas em paredes.
Em último caso, adotar aberturas no alto (iluminação zenital).
- Priorizar a iluminação em ambientes
de longa permanência como cozinha ou espaços para estudo.
De um
modo geral, os ambientes devem receber o máximo de luz natural, de forma que a necessidade de iluminação artificial
seja a menor possível, visando a redução dos custos, No entanto, em regiões
muito quentes é recomendável estudar
soluções que envolvam a cobertura, a fim de auxiliar na ventilação e proteger
os ambientes da luz excessiva do sol.
Aspecto
importante a ser avaliado é o percurso do sol em relação ao terreno. Observar
sua posição pela manhã ao nascer (leste) e à tarde, ao se por (oeste). Isto
para o hemisfério sul. Bom analisar se construções vizinhas sombreiam o
terreno, procurando considerar tal situação no projeto. Evitar ao máximo
encostar a construção nas divisas do terreno.
Em
princípio, com reservas, tornou-se usual “direcionar as fachadas para
melhor insolação as norte (N), nordeste (NE) e leste (L), devendo-se evitar as
aberturas para oeste (O) e sul (S)”, esta nem sempre. E por que “com reservas”?
Necessário levar em conta que, por exemplo, em Fortaleza e região, há uma
diferença tanto do nascente como do poente de cerca de 80o entre os
solstícios de dezembro e junho.
Há
que se considerar, então, que um posicionamento ou orientação para implantar
uma edificação para a região nordeste, por exemplo, não se aplicará para a
região sul, onde fatores climáticos são bem distintos.
Para entender melhor esta questão, consulte-se
gráficos de insolação (carta solar) disponíveis, abrangendo todo o território brasileiro, onde se
determinam, para cada latitude e longitude os horários do nascente, do caminho
do sol e do poente, podendo-se também determinar com exatidão os ângulos de
incidência dos raios solares em fachadas a cada hora do dia.
"Fachadas totalmente voltadas para o nascente", conforme apregoado por corretores e construtores, especificamente de Fortaleza e região (4º latitude sul), e motivo destas considerações, não podem ser validadas, em sua totalidade, se não vejamos as ponderações abaixo:
1º - Dormitórios - voltados para o nascente - para receberem os benefícios da higienização, melhor que os raios solares incidam pela manhã até no máximo as 10 horas.
- Na região das serras, cujo clima é frio, que fiquem voltados para o poente, para que, além dos efeitos da higienização, o ambiente seja aquecido e garantindo um conforto térmico adequado.
2º - Sala de estar - Não há situação mais inconveniente do que sentar-se à frente de uma televisão e o sol atingir ou a TV ou o expectador. Em princípio, voltá-la para sul. Caso contrário, e de acordo com a situação, pode-se lançar mão de alguns elementos construtivos para proteção da sala, todas externas, como pestanas avançadas, cobogós, brise soleils, toldos, persianas, pérgolas, varandas profundas, etc.
3º - Cozinhas e banheiros - Por serem ambientes úmidos, ali se concentram fungos, insetos, bactérias, mofo e assemelhados. Devem receber insolação de N, NE ou NO, sendo o sol o melhor combatente daquelas pragas. Estendam-se estas recomendações aos lavabos.
Ao Conforto Ambiental, apenas para ilustrar, além de Iluminação (natural e artificial), Climatização (ventilação e ar condicionado), Acústica (de interiores e urbana) e Cromática (psicodinâmica das cores), surgem ainda
Ergonomia, Radiestesia, Acessibilidade
- Projetos bio-climáticos e conforto higrotérmico -
ARQUITETO ISAAC FEINGOLD, FORMADO PELA FACULDADE NACIONAL DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DO BRASIL-RJ (ATUAL UNIV FED RJ), PÓS GRADUAÇÃO UNIFOR GESTÃO AMBIENTAL , TRABALHOU NO SERVIÇO DE ENGENHARIA DA PETROBRAS, TENDO DESENVOLVIDO INÚMEROS PROJETOS DURANTE OS 36 ANOS DE SERVIÇO. ALGUNS PROJETOS E OBRAS REPRESENTATIVOS: EDIFÍCIO-SEDE DA PETROBRAS, REFINARIA HENRIQUE LAJE (S.J.CAMPOS), CENTROS COMUNITÁRIOS (ANGRA DOS REIS E LUANDA/ANGOLA), COMPLEXO ADMINISTRATIVO DA ESTATAL SONANGOL/ANGOLA (1º LUGAR CONCURSO INTERNACIONAL), GERÊNCIA DE OBRAS E CONTRATOS, MAGISTÉRIO NA FANOR (FORTALEZA) E INTA (SOBRAL), ESTÁGIOS NA ALEMANHA (2), BÉLGICA E ITÁLIA.