quinta-feira, 7 de maio de 2020

Os velhos tempos voltaram?


Os velhos tempos voltaram?                                                                                                                                          Recebido de um antigo colega, já falecido e só agora divulgado.

Ingressou na Petrobrás aprovado em concurso público em Nov/1964, sete meses após o golpe militar de 10 de abril, com a Empresa repleta de militares, entre capitães, majores, coronéis e generais, todos ”admitidos” como funcionários, gozando e se lambuzando de todas as regalias como se “concursados” fossem (some-se soldos e gratifs. do exército + salários e gratifs. da BR), mais um monte de olheiros espalhados pelos setores atrás de comunistas, atuando este servo por dois anos no setor de recursos humanos, área de Seleção e Treinamento, onde o chefe era um major e tinha psicólogo coronel de cavalaria, fora o presidente da Empresa, general...; convenhamos, sempre muito bem cercado.   E para rir mais um pouco: duas semanas depois apareceu um arquiteto contratado no setor de Engenharia Legal; detalhe: o chefe daquele Setor era um general...pai do artista; e tem mais: no Setor de arquitetura, aterrizou de paraquedas outro arquiteto contratado; detalhe: era genro de um general...
Texto autorizado pelos irmãos do colega)

segunda-feira, 1 de outubro de 2018


Conforto a odores

Ligado á área de higiene da habitação/salubridade, os odores particularmente merecem atenção especial. O grau de salubridade está diretamente relacionado a renovação do ar do interior de um ambiente. Podem-se exemplificar alguns casos clássicos dessas situações, como:

- a presença de materiais voláteis do tipo tintas, vernizes, adesivos, colas, todos  de odores ativos e perigosamente nocivos à saúde. Após suas aplicações existe um tempo de espera para que os materiais (solventes) evaporem ou “sequem” e deixem de emanar os solventes nos ambientes. Estes deverão ser ventilados e ter todas as suas aberturas desimpedidas. Para cada um desses materiais existem recomendações dos fabricantes quanto a estas condições.

- outro impacto muito comum é a falta de tubulação de ventilação (respiro) para os esgotos, bem como a colocação de ralos simples (secos) ao invés de sifonados. Como é sabido, os sifões mantêm uma barreira líquida (fecho hídrico), que impede do retorno dos odores pela tubulação e pelos ralos contaminando o ambiente. Cabe aqui um alerta quanto às tampas dos ralos, especialmente em sanitários públicos. Devem ser cegas e independentes dos ralos simples. Alerta, pois, quanto aos projetos de instalações hidráulico-sanitárias.

- infiltrações de água e umidade oriunda do piso, em especial junto a paredes, especialmente em casas térreas. A questão começa ainda na construção, onde providências quanto a uma impermeabilização geralmente relegada e feita por curiosos, vai provocar o aparecimento de tais infiltrações, geralmente provocando manchas úmidas e mofo. No mínimo, as janelas devem ser abertas e, dependendo da orientação adotada para a casa, permitir que entre o sol a fim de combater bafios resultantes de mofo, bolor, ranço visando dispersar os vapores também em banheiros e cozinhas.

- Isso, no entanto, são medidas paliativas, visto que aplicar um sistema adequado de impermeabilização sob uma casa já construída seria muito complexa tecnicamente e inviável economicamente. Não obstante, ao orientar-se uma casa, seu projeto deve possibilitar que penetre o sol nos ambientes molhados, visto que naqueles locais proliferam, fungos, insetos, bactérias, mofo, que sob o efeito do sol são combatidos.

Iluminação


Quando a iluminação da casa é pensada durante o projeto, ela ajuda a reduzir a temperatura dos ambientes e pode representar uma grande economia de energia elétrica. Para isso, alguns aspectos devem ser considerados. “Dicas” iniciais:

- Todos os cômodos, com exceção de depósitos e despensas, devem possuir pelo menos uma abertura para iluminação natural.
- Priorizar as aberturas em paredes. Em último caso, adotar aberturas no alto (iluminação zenital). 
- Priorizar a iluminação em ambientes de longa permanência como cozinha ou espaços para estudo.

De um modo geral, os ambientes devem receber o máximo de luz natural, de forma  que a necessidade de iluminação artificial seja a menor possível, visando a redução dos custos, No entanto, em regiões muito quentes  é recomendável estudar soluções que envolvam a cobertura, a fim de auxiliar na ventilação e proteger os ambientes da luz excessiva do sol.
Aspecto importante a ser avaliado é o percurso do sol em relação ao terreno. Observar sua posição pela manhã ao nascer (leste) e à tarde, ao se por (oeste). Isto para o hemisfério sul. Bom analisar se construções vizinhas sombreiam o terreno, procurando considerar tal situação no projeto. Evitar ao máximo encostar a construção nas divisas do terreno.

Em princípio, com reservas, tornou-se usual “direcionar as fachadas para melhor insolação as norte (N), nordeste (NE) e leste (L), devendo-se evitar as aberturas para oeste (O) e sul (S)”, esta nem sempre. E por que “com reservas”? Necessário levar em conta que, por exemplo, em Fortaleza e região, há uma diferença tanto do nascente como do poente de cerca de 80o entre os solstícios de dezembro e junho.

Há que se considerar, então, que um posicionamento ou orientação para implantar uma edificação para a região nordeste, por exemplo, não se aplicará para a região sul, onde fatores climáticos são bem distintos.
Para entender melhor esta questão, consulte-se gráficos de insolação (carta solar) disponíveis, abrangendo todo o território brasileiro, onde se determinam, para cada latitude e longitude os horários do nascente, do caminho do sol e do poente, podendo-se também determinar com exatidão os ângulos de incidência dos raios solares em fachadas a cada hora do dia.

"Fachadas totalmente voltadas para o nascente", conforme apregoado por corretores e construtores, especificamente de Fortaleza e região (4º latitude sul), e motivo destas considerações,  não podem ser validadas, em sua totalidade, se não vejamos as ponderações abaixo:

1º - Dormitórios - voltados para o nascente - para receberem os benefícios da higienização, melhor que os raios solares incidam  pela manhã até no máximo as 10 horas.
                          - Na região das serras, cujo clima é frio, que fiquem voltados para o poente, para que, além dos efeitos da higienização, o ambiente seja aquecido e garantindo um conforto térmico adequado.

2º - Sala de estar - Não há situação mais inconveniente do que sentar-se à frente de uma  televisão e o sol atingir ou a TV ou o expectador. Em princípio, voltá-la para sul. Caso contrário, e de  acordo com a situação, pode-se lançar mão de alguns elementos construtivos para proteção da sala, todas externas, como pestanas avançadas, cobogós, brise soleils, toldos, persianas, pérgolas, varandas profundas, etc.

3º - Cozinhas e banheiros  - Por serem ambientes úmidos, ali se concentram fungos, insetos, bactérias, mofo e assemelhados. Devem receber insolação de N, NE ou NO, sendo o sol o melhor combatente daquelas pragas. Estendam-se estas recomendações aos lavabos.


Ao Conforto Ambiental, apenas para ilustrar, além de Iluminação (natural e artificial),                              Climatização (ventilação e ar condicionado), Acústica (de interiores e urbana) e                                                           Cromática (psicodinâmica das cores), surgem ainda 
                                     Ergonomia, Radiestesia, Acessibilidade 
                            - Projetos bio-climáticos e conforto higrotérmico -




ARQUITETO ISAAC FEINGOLD, FORMADO PELA FACULDADE NACIONAL DE ARQUITETURA DA UNIVERSIDADE DO BRASIL-RJ (ATUAL UNIV FED RJ), PÓS GRADUAÇÃO UNIFOR GESTÃO AMBIENTAL , TRABALHOU NO SERVIÇO DE ENGENHARIA DA PETROBRAS, TENDO DESENVOLVIDO INÚMEROS PROJETOS DURANTE OS 36 ANOS DE SERVIÇO. ALGUNS PROJETOS E OBRAS REPRESENTATIVOS: EDIFÍCIO-SEDE DA PETROBRAS, REFINARIA HENRIQUE LAJE (S.J.CAMPOS), CENTROS COMUNITÁRIOS (ANGRA DOS REIS E LUANDA/ANGOLA), COMPLEXO ADMINISTRATIVO DA ESTATAL SONANGOL/ANGOLA (1º LUGAR CONCURSO INTERNACIONAL),  GERÊNCIA DE OBRAS E CONTRATOS, MAGISTÉRIO NA FANOR (FORTALEZA) E INTA (SOBRAL), ESTÁGIOS NA ALEMANHA (2), BÉLGICA E ITÁLIA.





VISÃO PANORÂMICA
UMA BREVE NOÇÃO DE CADA UM DOS TEMAS

           
Para garantir que uma casa seja confortável é preciso estudar, no mínimo, os quatro aspectos antes mencionados, dos quais são aqui apresentadas apenas algumas pinceladas:

Qualquer que seja a intervenção a ser feita em uma edificação, um de seus principais objetivos é trazer maior conforto aos seus ocupantes. Adotamos de início nesta panorâmica o exemplo de uma simples casa para ilustrar, genericamente, as temáticas que envolvem o chamado CONFORTO AMBIENTAL.


Conforto térmico                                 

Uma moradia não deve ser fria no inverno, tampouco quente no verão. A ventilação deve ser cuidadosamente analisada, pois é um fator que influencia no conforto térmico. Ele renova e resfria o ar do ambiente e como consequência, previne o aparecimento de mofo e garante a saúde dos moradores. Recuos laterais e nos fundos, associados às esquadrias adequadamente posicionadas garantem uma circulação eficaz de ar no interior de uma casa.

   “Dicas” iniciais:

                   - Dimensões mínimas dos cômodos, pois eles determinam o volume de ar e influenciam sua circulação.

                   - Pé direito (altura do piso ao teto) adequado para facilitar a ventilação. Em climas quentes deve-se utilizar altura livre superior a 2,50m para construções térreas. Caso haja mais pavimentos com banheiros, as instalações hidráulicas requererão pé-direito maior.

                   - Pavimentar todo o terreno prejudica a permeabilidade e a drenagem da água da chuva, além de tornar a casa mais quente. Cultivar o verde ao redor da casa ajuda a baixar a temperatura do ar e propicia sombras. Dependendo das espécies plantadas, auxilia na privacidade.

                   - A máxima fundamental é: “o ar (vento) só entra se tiver por onde sair”.